SÃO PAULO - Um fortíssimo incêndio atinge a favela da Penha, ao lado do viaduto Engenheiro Alberto Badrano, nesta quarta-feira (2), uma região tida como de forte valorização mobiliária na capital paulista. Longe de ser o primeiro caso, vários setores da sociedade pedem pela abertura de uma CPI para investigar os incêndios nas favelas - cujas regiões, cedo ou tarde, se tornam grandes empreendimentos imobiliários.
O incêndio começou às 15h20 (horário de Brasília) e foi se alastrando até tomar boa parte da favela, derrubando uma grande quantidade de barracos - não há registro de vítimas. Ainda não se sabe qual foi o motivo do início do incêndio. A favela da Penha já havia passado por um incêndio no início de fevereiro, quando 20 barracos foram derrubados.
Outras favelas pegaram fogo: Moinho, Paraisopólis, Mooca/Vila Prudente, Vila Leopoldina e Heliopólis estão entre as atingidas - foram mais de 90 favelas atingidas nos últimos anos. São Paulo é conhecida por ser uma cidade onde faltam terrenos "centrais" para que a indústria imobiliária se expanda. O Ministério Público já investiga a relação entre os incêndios e se são criminosos ou não.
Localizada no início da Zona Leste, a Penha é um bairro que vem passando por uma forte valorização imobiliária. Mesmo do lado do incêndio, pode-se ver apartamentos em construção. Os desabrigados são impedidos de retornar ao local e o terreno normalmente é vendido às incorporadoras depois de ser consumido pelas chamas.
A Penha está localizada próxima de bairros como Tatuapé e Mooca, mais valorizados, e conta com uma boa oferta de transporte público - inclusive metrô. De acordo com o site Zap Imóveis, o bairro da Penha já apresentou valorização de mais de 120% desde 2008 e ainda apresenta uma trajetória positiva.
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